segunda-feira, 18 de maio de 2009

Atrevimento



Quero cometer um atrevimento agora enquanto me lês no teu monitor, e percorres as letras que escrevo, como se fossem dedos pelo meu corpo.
Que atrevimento? - perguntas-te…
De me descolar do teu monitor, abrir uma nesga com dedos de desejo e passar por entre ela. Uma perna, depois outra e depois o resto do corpo, até me sentar na tua frente, de perna cruzada, sorriso no rosto e nas minhas costas o ecrã esquecido.
Já me atrevi.
E, toco nos teus lábios semi-abertos de espanto, com os dedos excitados e envolventes, enquanto traças linhas imaginárias no meu corpo, dançando por cada reentrância, como que confirmando que estou aí.
Aqui.
Tocas-me com o teu pensamento, afagas-me o corpo com a tua respiração e, sem pronunciar palavra, deslizas os teus dedos pelo meu rosto até repousarem nos meus lábios, onde descansam por momentos, prosseguindo a sua caminhada pela pele do meu pescoço, e continuando a descer.
O teu atrevimento como resposta ao meu.
Suspiros. Meus e teus.
Descruzo as pernas, mas não volto a cruzar - não sou a Sharon Stone - e mantenho-as quase unidas num compasso de espera pela tua vontade em comandar as mãos que as moverão conforme desejes.
Deixo-me deslizar pela mesa e sento-me no teu colo, atrevida. E aproximo os meus lábios dos teus, ainda sem uma palavra.
Aconchego-me no calor do teu colo, movendo-me com prazer.
Atrevimento puro.
Provocação.
E depois…
Ah, depois…
Deixo que tu comandes o barco das sensações.
Com o mesmo atrevimento.
Sou tua visita atrevida.
O teu vírus informático.

Um comentário:

  1. Era pra me deixar maluco?....................................................................
    doido nao sei.sem ar talvez......

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